sábado, 6 de fevereiro de 2010

Dry Martini


O Martini Seco é o coquetel mais conhecido no mundo. Genuinamente americano, há várias versões sobre sua origem e autoria. Extremamente simples, é preparado com gin - ou gim em português - e vermute seco. Atrás dessa aparente simplicidade, há muita discussão sobre o melhor método de preparar, quais as proporções da mistura e como servir. Para complicar, James Bond lançou a moda de substituir o gim pela vodca e bater a mistura ao invés de mexer conforme a tradição seguida pelos barmen. Os puristas dizem que um coquetel cuja base é a vodca não pode ser considerado um verdadeiro martini. Deve ser chamado de vodkatini. Na última década de 90, porém, esse novo "martini" acabou suplantando o de gim em popularidade. Hoje, quando alguém pede um dry martini costuma-se perguntar qual a bebida base preferida.

A secura clássica de um martini é definida pela quantidade de vermute adicionado. Quanto menos vermute mais seco é o drink. Bebedores exigentes são muito específicos sobre o nível desejável de secura. Como referência, no "seco" o vermute entra com 20%, no "extra seco" algumas gotas e no "extra, extra seco" nada. Apenas gim puro. Barmen e fanáticos apreciadores muitas vezes tentam superar-se com suas teorias sobre como preparar um martini mais seco possível. Uma delas é atribuída a Winston Churchill, um grande aficionado que os preparava pessoalmente. Dizem que ele colocava gim puro na taça e depois olhava rapidamente para uma garrafa de vermute do outro lado da sala. Estava preparado seu dry martini.

O drink deve ser servido gelado, mas a taça não pode conter gelo. A mistura é feita na hora sobre cubos de gelo e depois coado para a taça previamente gelada. A guarnição é uma azeitona verde sem caroço espetada num palito. Alternativamente para decorar, um twist de casca de limão. À exemplo do vinho, a taça deve ser sustentada pela haste para que as mãos não aqueçam prematuramente a bebida. Outro mandamento é que uma cebolinha não substitui a azeitona. Se houver cebolinha já é outro drink. Chama-se Gibson.

Em torno do martini existem dezenas de variações cujos nomes evocam estilos muito específicos, mas o fato é que o dry martini autêntico tem de ser preparado e servido da maneira tradicional. Em primeiro lugar o mise en place: gin inglês, vermute seco Noilly Prat francês, taça martini clássica, copo misturador, colher bailarina e coador de bar. A receita manda 8 partes de gim para 2 de vermute, mas é permitido diminuir este último à vontade. O gim e o vermute devem ser colocados sobre 4 cubos de gelo no copo e mexido com a colher por uns 30 segundos. Depois é coado para a taça tradicional e servido com uma azeitona verde de preferência recheada.

Quem não preparar dessa maneira com certeza não estará tomando o drink que se consagrou como um ícone entre todos os demais. Que James Bond nos desculpe, mas utilizar uma bebida incolor, sem sabor nem aroma para substituir o gim não é a maneira certa de preparar o verdadeiro dry martini.

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